A moda sempre foi um reflexo dos movimentos sociais e culturais que acontecem ao longo da história. Nas últimas décadas, o mundo da moda tem visto uma crescente demanda por inclusão e diversidade em suas práticas. A indústria da moda, que por muito tempo foi criticada por promover padrões de beleza inatingíveis e exclusivos, está começando a entender a importância da representatividade.
Nesse sentido, a inclusão na moda vai além de garantir que pessoas de todas as formas, tamanhos, cores, idades e habilidades sejam representadas. Trata-se também de garantir que essas pessoas se vejam refletidas nas marcas que escolhem apoiar. Portanto, mais do que apenas representação na passarela, é necessário haver inclusão nos bastidores também: designers, estilistas, fotógrafos – todos os envolvidos no processo criativo precisam ser diversos para que os produtos finais sejam verdadeiramente inclusivos.
Um exemplo notável dessa mudança é a ascensão da moda adaptada para pessoas com deficiência. Marcas estão desenvolvendo roupas pensadas em quem tem dificuldade de locomoção ou alguma restrição física. São peças com aberturas estratégicas, fechos magnéticos e tecidos confortáveis. Isso mostra como a indústria está começando a entender que todos merecem ter acesso a roupas bonitas e funcionais.
Além disso, o movimento body positive (corpo positivo) também tem ganhado força na indústria da moda. Ao invés de promover um único tipo de corpo como ideal, este movimento incentiva as pessoas a amarem seus corpos como eles são. Marcas que abraçam essa filosofia estão começando a oferecer mais tamanhos, e os modelos plus size estão cada vez mais presentes nas passarelas e campanhas.
Outro aspecto relevante é a inclusão etária na moda. Por muito tempo, a indústria da moda focou quase exclusivamente em jovens, mas isso tem mudado. Afinal, estilo e expressão pessoal não têm idade, e marcas que reconhecem isso estão se destacando. Modelos mais velhos estão sendo cada vez mais valorizados, representando um público que por muitas vezes foi negligenciado pela indústria.
Também é importante mencionar a crescente visibilidade de modelos negros, asiáticos, indígenas e de outras etnias que foram sub-representadas por muito tempo. Essa diversidade étnico-racial é fundamental para combater estereótipos e tornar a indústria da moda verdadeiramente global.
No entanto, apesar desses avanços, ainda há muito trabalho a ser feito. A inclusão precisa ser mais do que uma tendência passageira ou uma estratégia de marketing – precisa ser uma prática enraizada em todas as áreas do mundo da moda.
Por exemplo, enquanto algumas marcas estão aumentando a variedade de tons de pele em suas linhas de maquiagem, outras continuam oferecendo apenas uma gama limitada de cores. O mesmo vale para o tamanho das roupas – embora haja um movimento crescente para incluir tamanhos maiores nas linhas regulares ao invés de segregá-los em uma categoria “plus size” separada, muitas marcas ainda resistem a essa mudança.
A inclusão na moda é um movimento poderoso que tem o potencial de transformar não apenas a indústria, mas também a forma como as pessoas veem a si mesmas e aos outros. Ao abraçar uma visão mais ampla de beleza, a moda pode ajudar a promover a aceitação, o respeito e a igualdade. E embora ainda haja um longo caminho pela frente, os passos que estão sendo dados nessa direção são motivo para comemoração.
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